terça-feira, 24 de maio de 2011

Geração do X

                                              Geração do X’nada

            Que geração é essa? A “geração Orkut”? Poderia ser a “geração msn” ou talvez a “x-tudo”? Que só tem fotos de felicidade nos sites de relacionamentos? Que correm contra o tempo para poder viver tudo intensamente e acabam mesmo é sendo tristes e solitários, com relacionamentos superficiais. Será mesmo que é só isso que eu quero? É só isso que espero da vida?
O que é ser um cidadão? É apenas votar nas eleições? Seria somente pagar os impostos em dia? É estudar nas melhores escolas, tirar as melhores notas e depois passar num vestibular para uma universidade pública? É só olhar para o meu umbigo? O mundo esta tão cheio de coisas boas e más, vai depender de mim escolher o melhor caminho para viver o meu futuro, um futuro cheio de surpresas, seja elas quais forem.
            Pois bem, tenho vivido um momento da vida que pode ser considerado histórico. Tenho participado de lutas e conquistas que se somam a história do meu país, que ainda vive uma realidade de opressões e desigualdades. O meu receio é de que nessa luta estejamos dando passos curtos pelo caminho mais largo, cheio de armadilhas que nós mesmos criamos e muitas vezes caímos. Tudo isso por causa da falta de conhecimento ou simplesmente pela negligencia à leituras de assuntos pertinentes e que poderiam embasar nossas ações.  Acabamos por ficar a mercê, podendo ser enganados por diálogos bonitos de pessoas que detém um maior domínio da dialética.

           
        Fala-se tanto do Movimento Estudantil como um movimento morto, certo? Corretíssimo, pois grande parte dos jovens nos dias atuais acham que o espírito revolucionário está na moda, são individualistas, egoístas e sem ideais ou apenas por não se interessarem por política. Em partes essa afirmativa procede, mas ainda existem jovens que querem lutar por mudanças e fazer a diferença, não para continuar como diz Elis Regina em um trecho de sua música “Como Nossos Pais”:



“Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais...”


Entendo que nossos pais são de uma geração que tinha ideais ou era mal vista por serem considerados rebeldes sem causa, enfim, eram pessoas que ousaram descobrir um real sentido para a existência humana e aprenderam a simples diferença entre existir e viver. Desejo e busco mais, quero mais que só festas e farras em que as pessoas esmagam a latinha de cerveja com a bunda e com músicas que depreciam as mulheres, quero ser tratada com respeito e dignidade, quero participar e que a minha fala seja ouvida e respeitada, mas sem “atas” para fazer, como se isso fosse só função da mulher, “lugar de mulher TAMBÉM é na política”, quero conhecimento, quero ter experiências de lutas por causas justas e igualitárias, coletivas, e conhecer quem as teve, aprendendo com suas experiências. Não quero ser só mais um/a nesse mundo cheio de gente que morre antes mesmo de descobrir qual seu tipo sanguíneo.












*Imagens do acervo pessoal do estudante de Letras da UNB Diogo Ramalho.
Texto redigido pela estudante de Pedagogia da UESB Nayane Silva.

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